às vezes sonho contigo
filha
que nunca tive
transitas um desejo
dos sonhos para abraçar-me
sinto calor no corpo dos sentidos
somos felizes e depois acordo
é tão duro perder-te num abrir de olhos
filha
de vento e lágrimas
que a luz se torna a lápide do dia
recolho o sal nos olhos
levanto-me na carne feita vida
guardo as palavras que nunca te direi
num poema que nunca se lerá
e vou para o dia ainda a sentir-me
pai
do vento
da luz
da lágrima
da vida