Estava na vila pedindo esmola quando encontrei um velho sábio:
"Monge, porque é que vives nas cimeiras cobertas de nuvens?"
"Velho amigo", respondi, "porque é que continuas neste lugar poirento?"
Ambos queríamos responder, mas nenhum falou.
Então o meu devaneio foi interrompido pelo sino do templo.
* * * * * * * * * * *
Sentei-me perante ti durante quatro horas, mas tu não falaste;
então percebi por fim o sentido daquele silêncio.
Sem as suas cobertas, livros jazem destroçados em volta;
por trás do biombo de bambu, a chuva bate contra a ameixeira.
(Ryôkan)