o teu nome enche a boca
de mar
e o estômago de vida
a teu redor multiplicavam-se
alimentos
e bocas
no teu corpo minguante
a carne
transformou-se em anos
nas tuas mãos a lã floria
mas o teu recordo é tão pequeno
como esse espaço breve que ocupaste
cozinha
quarto
sala
embora o teu nome ainda consiga
ser livre na memória
no mar da minha infância
não consigo lembrar-te
nem sequer à janela
do teu abster-te de comer
espaço
quantos comemos
mundo
tantas vezes a ironia
de mãos dadas
ao sonho
e o teu nome
é uma lancha
no Chufre