Copio a ideia do Ivan e l? vou eu... Pelo menos eu vejo-me assim.
P.S.: Sorte que a m?quina esta n?o permite p?r a barriga. Ainda sa? bem favorecido... :-)
Consegui por fim pôr a trabalhar os blogues. Depois de todos os problemas causados pelos ataques constantes de hackers desconsiderados, consegui pô-los a trabalhar. Custou-me vários dias de levantar-me à 7:00 para poder pôr-me a trabalhar antes das aulas, mas valeu a pena. Falta ainda uma remodelação definitiva da capa, mas por enquanto já está. Tou feliz...
Alguns amigos da Colla de Dimonis La Ceba (de Alacant), convidaram-nos, à Bàrbara e a mim, a participar num Correfoc na vila de Relleu. Resumindo, isso do correfoc é que uns indivíduos e indivíduas vestidos de demónios, colhem uns paus que têm na ponta um ferro mais fino e, nele, um mola frouxa, que dá voltas quando se coloca nela uma espécie de fogo de artifício, uma espécie e petardo que só solta faíscas. Os demónios, então, misturam-se com a gente do povo, correndo e fazendo como que dão medo, e é uma festa impressionante.
Mesmo assim, a verdade é que não ia com muita ilusão a participar neste evento. Para sermos exactos, quando surgiu a ideia pareceu-me magnífica, mas fui perdendo interesse aos poucos, ao ir constatando que, depois de uma semana de ter-nos anotado para participar, não tínhamos nem fato nem indicações de como se faziam as coisas. Íamos ao local da Colla um dia e outro para ver se nos informavam, mas só conseguíamos um muito de "tá-se bem", charros a rolar de mão em mão, que não fumávamos, e cerveja gratuita - ainda bem. Perante as nossas perguntas, só respondiam que não nos preocupássemos, e era precisamente isso que mais fazia que me preocupasse. Aliás, como costuma acontecer nestes casos, na Colla há poucas mulheres, assim que todos se centravam em falar com a Bàrbara e fazer que se sentisse à vontade. Eu estava num segundo plano, mais segundo ainda pelo facto de ser eu o único que perguntava que havia que fazer, quando era tão evidente que eles estavam fumados, e isso não lhes interessava, e os que não estavam fumados estavam demasiado ocupados fazendo o que não faziam os outros. Perante as minhas perguntas, a resposta era sempre a mesma: "não te preocupes e pergunta-lhe a outro".
Chegado o dia, e visto o pessoal com que tínhamos que ir, disse-lhe a Bàrbara que não me apetecia. Literalmente: "tenho a impressão que estarei rodeado de gente bêbada e quando quera ir a casa, não poderei". Bàrbara disse-me mais ou menos que tenho que relacionar-me com mais gente, assim que tínhamos que ir: vai Sixte, vai Anne, vai Pasqual, amigos meus que gostam de ver-me. Vale, muito bem, lá fomos.
Passamos pelo local da Colla, e surpreendentemente conseguimos uns fatos de dimonis. Não que ninguém os tivesse guardado para nós, mas eu que me cansei e comecei a revisar todo o local até encontrá-los, com a sensação constante de estar a roubar o de outrem. Quando já os tínhamos, e o vesti, senti outra sensação totalmente diferente. Afinal, vai ser verdade isso de que as fardas servem para integrar as pessoas no grupo. O caso é que já tinha vontade de tirar lume. Era realmente emocionante ver-se lá, no centro da festa. Visto que conseguira finalmente os fatos, relaxei-me e comecei a fazer-me à ideia que seguro que agora nos informariam. Erro total. Chegamos a Relleu no autocarro e toda a informação que nos deram era esta: "os que já sabedes já sabedes, os novos fazei o que fazem os outros".
Começou o Correfoc. Alguns dos experimentados levavam o pau em cima, soltado lume por cima das cabeças, e outros invertido, soltando as faísca para os pés do pessoal que nos seguia. Era realmente espectacular. Eu queria prová-lo tudo. Comecei com o pau em cima e ia baixando quando me apetecia. Soube depois que isso era algo que não se podia fazer, porque podes queimar alguém, e espero realmente não tê-lo feito. Mas claro, ninguém me tinha dito nada. Também ninguém me tinha dito que devia empregar óculos especiais, assim que empreguei os meus e, quando acabou o correfoc, constatei com assombro que as faíscas tinham queimado (sim, sim, queimado) o cristal dos meu óculos de todos os dias. Mas dei tudo por bom, porque fora realmente divertido.
Depois do correfoc, os dimonis estávamos convidados a tomar o que quiséssemos. Íamos de local em local, passando de festa privada em festa privada, e bebendo de graça. Num momento determinado, passamos de um local a outro e eu esqueci uma saca que levava comigo. Voltámos eu e Pasqual a procurá-la, mas para a minha surpresa não nos deixavam passar. Os jovens, mesmo muito jovens, que tinham aquele local estavam zangados connosco, porque resultou que alguém dos dimonis tinha roubado uma garrafa de whisky. Foram avisar essa pessoa, e esta encarou-se, mandando-os mais ou menos à merda e levando consigo a garrafa. O problema tivemos que comê-lo eu e Pasqual que, íamos por primeira vez, pedindo desculpa uma e outra vez. Evidentemente, aí comecei a agobiar-me.
Voltámos com o grupo e comecei a falar com os mais experimentados a perguntar-lhes se aquilo era sempre assim. A resposta: tu não te preocupes, e deixa isso connosco. Graças a deus, pouco depois o meu agóbio minorou. Estávamos num outro local e alguém chegou e disse que o autocarro estava para sair. Estava agobiado, mas já íamos para casa e podia descansar e esquecer aquela panda de bêbados. Outro erro. Quando chegámos ao autocarro, resultou estar avariado. Bom, pensei, má sorte. Em qualquer caso, poderemos entrar no autocarro e dormir lá. E isso mesmo fizemos eu e a Bàrbara, que estava também muito bêbada. Mas não. Outra vez, não. Os mais bêbados ficaram ao pé do autocarro a tocar música, gritar e, resumindo, a molestar. Tivemos que esperar até às 7:00 para que chegasse um outro autocarro da empresa, quer dizer, umas quatro horas a tentar dormir e não poder, o suficiente para desquiciar-me totalmente. Quando chegou o autocarro e o grupo de fora entrou nele, não deixaram de fazer exactamente o mesmo que faziam fora: ruido e mais ruido. Quando alguém lhes disse que calassem, respondiam com mais ruido dizendo que não os agobiassem. E eu fui enchendo-me e enchendo-me de raiva até chegar a casa, às 8:00 da manhã, uma segunda-feira, por certo.
Quer dizer, que afinal, acertei: agobiei-me porque não pude ir para casa quando queria e estava rodeado de pessoal bêbado. Salva-se a Colla porque afinal há pessoal sério que veio pedir desculpa por coisas que eles não fizeram, e a dizer-nos que gostariam que voltássemos. A explicar-nos que não sabem que fazer para desfazer-se dessa gente, que eles também estão fartos, mas que o seu é um colla libertária e também não podem deitar fora as pessoas. São boa gente Alex, Alberto, Amador, Nabúqui, Ana, etc. Mas os outros preferiria não vê-los. Como diziam eles próprios: eu vou para passá-lo bem, não para que me agobiem.
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