Domingo. Acordo à seis e meia da manhã, nervoso. Há alguma coisa que me preocupa. Até o de agora estive a lembrar, a retomar caminhos que já tinha seguido. Mas acordo inseguro agora, há apenas uns minutos, porque percebo que há algo que não superei nunca. E não sei se me sinto capaz de afrontá-lo agora. Acho que não. E não sei se me vejo capaz de afrontá-lo algum dia. Acho que sim. Mas não é algo que possa afrontar sozinho. Não é apenas a mim que me atinge (- ou sim? -). Acho em falta um abraço. Se tu estivesses aqui, isso resolveria tudo. Mas não estás, e em lugar disso, vou outra vez à praia. O ar limpo e frio do mar a estas horas é mais fácil de respiar.
Às vezes o nome mata o seu referente. Outras vezes ajuda a defini-lo Verbalizar é um risco tão grande e necessário, como só talvez não fazê-lo.
Gostava de comunicar os meus silêncios. Mas os vácuos são uns bichos tremendamente susceptíveis, e só podem ser abraçados quando já não interessam. A vontade dá-lhes alergia, como aos gatos.
Ou seja, que estou de retirada.
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