Quando eu era um rapaz perambulava
pela cidade como uma alegre espadachim,
vestia uma capa muito suave
e montava um esplêndido cavalo zaino.
Durante o dia, galopava à cidade.
À noite, embebedava-me sobre as pétalas de pessegueiro ao pé do rio.
Nunca me preocupava voltar a casa, e muitas vezes
acabei com um grande sorriso no pavilhão do prazer.
(Ryôkan)
Coitado do homem nobre que compõe poemas retirado da vida pública.
Molda o seu trabalho segundo os versos clássicos da China,
e os seus poemas são elegantes, cheios de frases preciosas.
Mas se não escrever de coisas do fundo do coração,
de que serve lançar para fora tantas palavras?
(Ryôkan)
Quem diz que os meus poemas são poemas?
Os meus poemas não são poemas!
Quando conseguires compreender isto
poderemos falar de poesia!
(Ryôkan)