Na ribeira, a brisa inclina a relva fina
e o alto mastro parece solitário no meu bote.
As estrelas espalham-se tão perto da planície aberta,
e a lua ondula sobre o rio Yangtzé.
De que vale a fama, o estátus de grande poeta?
O que é sujeito a doença e a velhice devia pôr-se de lado.
À deriva, flutuando: o que resta para a gaivota solitária
à deriva entre a terra e o céu.
(Du Fu)
A chuva rugiu e foi-se. Agora
é limpa a noite de outono.
A água veste uma pátina dourada
e leva uma estrela brilhante de jade.
O rio Songhuajiang passa limpo e puro
com a delicadeza de sempre.
O pôr-do-sol enterra as montanhas em sombra.
Um espelho flutua no profundo vácuo verde.
A sua luz reflete o frio e húmido crepúsculo
enquanto brilha o orvalho
congelado nas flores.
(Du Fu)
Tempo depois da chuva, as Colinas da Feiticeira escurecem.
Agora elas destelham, cosidas com ouro e prata.
Erva verde bordeia o lago que escurece
e nuvens vermelhas fluem do este.
O dia inteiro, o papa-figos chama,
e os grous limpam no alto as brancas nuvens.
Uma vez secas, as flores selvagens inclinam-se
e, lá onde vento vassoura, caem.
(Du Fu)