Neste mundo, vejo pessoas
que desperdiçam as suas vidas a perseguir objetos,
nunca conseguem satisfazer os seus desejos
e caem numa desesperação funda,
torturando-se a si próprios.
Mesmo se conseguirem o que desejam
por quanto tempo vão desfrutá-lo?
Por cada prazer celestial
sofrem dez tormentos infernais,
prendendo-se mais e mais à roda do moinho.
Essas pessoas são como macacos
a tentar freneticamente agarrar a lua na água
caindo depois num redemoinho.
Quão infinitamente sofrem os presos ao flutuante mundo do sofrimento.
A meu pesar, aflijo-me toda noite a pensar neles
e não posso segurar o meu torrente de lágrimas.
(Ryôkan)